Capitulo 2 – Pessoas
-Você precisa explicar logo de uma vez o que aconteceu aqui.
- Mais nada, eu já te disse tudo.
-Olhe esses homens lá fora não querem saber de enrolação nem
de papo furado, não querem nem saber quem é realmente o culpado, só querem
terminar o mais rápido possível com isso e voltarem para suas casas, você os
tirou da cama as duas da manha pra vir com um papo de “não me culpem eu sou
inocente, acreditem é verdade”, isso é assinar sua própria sentença de morte,
se continuar assim é melhor confessar que você assassinou sua filha.
- Eu não a matei droga!
Ela é minha filha você sabe que eu não faria isso com ela, eu a amava,
você podia acreditar em mim pelo menos dessa vez, eu já lhe disse tudo que eu
sei.
- Mas só isso não é suficiente, se esforce mais, tente tirar
algo de útil dessa sua cabeça oca.
Levantei-me da
cadeira e comecei a rodear a sala, fazendo ao meu estúpido irmão as mesmas
perguntas que eu ia fazendo a mais de uma hora, ainda não tinha vindo com nada
que pudesse salva-lo daquela situação, se não o conhecesse bem, e se não
soubesse como aquele barrigudo careca amava aquela menina, já o teria apontado
eu mesmo como o culpado.
- Então me deixe ver se eu entendi – comecei – você chegou
em casa aproximadamente a uma e quarenta da manha, estou certo.
-Sim.
-Foi um dia estressante no trabalho, mas você conseguiu
chegar cedo em casa, então, como de costume,
banhou-se e foi se deitar, mas quando o senhor entrou no quarto presenciou uma
das cenas curiosa, sua filha estava deitada sobre sua cama, como estranhou a
atitude da filha, se aproximou dela para tomar satisfações afinal já não era
mais uma criança com medo do escuro, mas
ao ver que estava dormindo um sono profundo preferiu não acorda La, então se
dirigiu a um dos outros quartos da sua magnífica mansão, e se deitou na
primeira cama que encontrou, mas em menos de quinze minutos você acorda com o
grito de sua jovem filha e corre desesperado para acudir sua adorável Deborah,
mas ao invés do quarto o grito vem na
verdade da sala ao lado, e quando você entra, não preciso dizer o que você
encontrou lá não é Mathias, sua filha morta no chão, com um corte no pescoço, que os policiais dizem possuir suas digitais, e
um bilhete na mão escrito com a caligrafia dela, pode ler para mim de novo por
favor.
- Jonas não me faça ler isso de novo.
- você precisa – interrompi - sabe que pela pressa do seu
assistente esqueci meus óculos em casa e não enxergo sem eles e ele alem de apressado não sabe ler.
- Arg são só duas palavras, e já li mais de cinquenta vezes,
você tem tanto prazer assim em me ver sofrer – falou retirando o papel do
bolso, era significativamente pequeno e possuía marcas de sangue, murmurou
alguma coisa em francês, e começou a ler – PAPAI ASSASSINO – leu ele - Satisfeito.
Nesse momento entrou na sala um homem de meia idade, Com poucos
cabelos grisalhos e um semblante sério e
firme, tinha olhos azuis escuros como uma tempestade em alto mar, usava uma
farda policial, mas estava totalmente
desarrumada, talvez pela urgência da chamada não tenha conseguido se arrumar direito,
e demonstrava uma clara irritação por causa disso.
-Não podemos esperar mais Mathias – falou com uma voz firme
- precisamos levá-lo agora .
-Mas ainda não terminei com ele.
-Vai ter que cuidar do seu irmãozinho depois Jonas, a
Promotora exigiu a presença dele no tribunal está tarde, até lá ele terá que
ficar na delegacia, mas não se preocupe vou arrumar uns colegas de cela bem
legais pro seu irmãozinho rico – falou ele já pegando no braço do meu irmão que
no momento parecia estar em choque.
-Se acalme – falei pra ele – eles não podem te machucar e o
soldado de papel aqui sabe muito bem disso.
-Eu não apostaria nisso, pra onde ele vai não terá ninguém
pra protege lo, lá ele é só mais um playboy rico e mimado, mais um brinquedinho
para os presos, e pra mim ele é um dos piores assassinos que eu já vi, então não merece nenhum cuidado especial,
muito menos proteção.